De acordo com um relatório da ONG SwissAid, a maioria do ouro africano, o maior produtor de ouro do mundo, não é declarado e depois é contrabandeado para o exterior.

Para se ter uma ideia, em 2022, um total de 435 toneladas de ouro foram contrabandeadas para países com fraca legislação, para detectar as origens reais do metal.

Os autores do estudo, citados num relatório pela Rough & Polished, analisaram a produção e o comércio de ouro nos 54 países africanos ao longo de mais de 10 anos. O objectivo do trabalho, sustentam, era expor práticas desleais e falta de fiscalização por parte de governos e partes interessadas. 

"Os governos devem deixar da desculpa da falta ou má qualidade de dados e, assim, justificar sua inação", disse Marc Ummel, chefe de matérias-primas da SwissAid e coautor do estudo. - Eles precisam assumir a responsabilidade, em especial fortalecendo os controles e trabalhando para formalizar o sector”, acrescentou.

As receitas do contrabando de ouro africano continuam a alimentar conflitos e financiar redes criminosas e terroristas. O metal comercializado ilegalmente vem de 12 estados do Continente Negro, com a maior parte vindo do Mali, Gana e Zimbábue.