Sendo o lar de 30 por cento das reservas minerais críticas do mundo, África desempenha um papel central nas cadeias de abastecimento do século XXI, especialmente para veículos eléctricos, baterias de lítio, telemóveis, scanners médicos e equipamento militar, defende a Rama Yade, Directora Sénior do Atlantic Council Africa Center.

“Esperamos reunir os decisores políticos e as partes interessadas ao mais alto nível para traçar um caminho para esta indústria vital no continente africano”,  ouviu o Minas de Angola da responsável, durante a apresentação, que aconteceu recentemente na Cidade do Cabo, África do Sul.

O lançamento surge numa altura em que há um aumento na procura de minerais críticos impulsionado pela transição energética e pela quarta revolução industrial. África detém aproximadamente 30% dos minerais raros do mundo, que são vitais para veículos eléctricos, baterias de lítio, telemóveis, scanners médicos e fabrico de equipamento militar.

O programa contempla a criação de um grupo de trabalho constituído por doze pessoas, representantes da indústria dos EUA, da Europa e de África. Vai promover oportunidades de investimento no sector dos minerais críticos de África junto de investidores globais.

"Estamos ansiosos para convocar formuladores de políticas e partes interessadas nos mais altos níveis para traçar um caminho a seguir para esta indústria vital no continente africano”, acrescentou Yade.

O programa poderá destacar a crescente demanda por recursos nos mercados africanos, a necessidade de investir em cadeias de valor locais e a importância de criar valor e empregos relacionados à indústria no continente. A força-tarefa tem a responsabilidade de traçar um caminho para os investidores resolverem as lacunas da cadeia de suprimentos e impulsionarem soluções  práticas baseadas em políticas sólidas e sucessos de investimento.

O grupo vai fornecer também aos investidores estrangeiros recomendações de políticas sobre o ambiente de negócios em África e criará uma plataforma para advocacia por meio de liderança de pensamento sobre políticas e regulamentação, incentivos, direitos de propriedade, processamento local e cadeias de valor, cooperação e inovação regionais e ambientes tecnológicos. Este trabalho incluirá igualmente a investigação política e a análise estratégica.

A equipa passará a reunir-se regularmente para deliberar sobre as melhores práticas para atrair investimentos do sector privado para a indústria, acrescentar valor aos mercados africanos através da criação de emprego e aumentar a inclusão dos mercados africanos na economia global.