A EVOLUÇÃO DA ESTRATÉGIA DA DE BEERS

"Eu queria construir um negócio mais sustentável; um que era menos propenso a ciclos econômicos", enfatiza Cleaver na entrevista. "Eu queria garantir que nunca seríamos pegos na posição que tínhamos em 2008, quando atingimos uma desaceleração muito séria e nosso balanço estava muito esticado." Ele nunca imaginou que esses objetivos seriam desafiados por uma pandemia global e uma guerra na Ucrânia que trouxe sanções aos diamantes russos - aproximadamente um terço da oferta global em bruto. Esses não são eventos que você prevê em sua análise de risco, observa ele. Em contraste com 2008, quando a De Beers teve que assumir mais dívidas para enfrentar a crise financeira, a empresa saiu da Covid-19 mais forte do que antes, e pode até ter se beneficiado das limitações da Alrosa, com sede na Rússia - sua maior concorrente. Os US$ 491 milhões em lucros subjacentes reportados nos primeiros seis meses de 2022 foram seu melhor lucro semestral desde 2011, e os US$ 3,54 bilhões em receita o maior desde 2014 (ver gráfico). Mas Cleaver olha além das finanças enquanto reflete sobre seu mandato no comando da maior empresa de diamantes do mundo. Seu período de seis anos e meio trouxe uma transformação significativa para a estrutura, o posicionamento da marca, as mensagens e os relacionamentos da De Beers, todos os quais ele acredita que demonstram transparência e disposição para mudar que nem sempre foram evidentes na empresa.