Uma saída de ALROSA da Sociedade Mineira de Catoca poderá, alegadamente, comprometer a expectativa de produção de diamantes no País. Segundo especialistas, a situação actual dos preços das pedras é temporária, e apontam que, este ano o mercado global de diamantes entrará num novo ciclo. De acordo com um documento da GlassHouse PR consultado pelo Minas de Angola, as consequências da retirada da ALROSA de Angola, caso se concretize, são mais difíceis de se prever do que parece à primeira vista. A fonte alega que, a tese sobre a necessidade de se livrar de ALROSA, apresentada normalmente como uma panacéia para os males que enfermam a indústria global dos diamantes, do qual Angola faz parte, pode servir como uma faca de dois gumes, e baixa ainda mais o volume de produção e as receitas diamantíferas angolanas que, no ano passado, tiveram uma redução significativa de 21% e 20%, respectivamente. As sanções russas têm dificultado o trabalho com alguns parceiros e bancos nos Estados Unidos e na Europa, que querem ter a certeza de que a sua cooperação com a indústria diamantífera angolana não será percebida nem mesmo como um apoio indirecto à ALROSA e ao regime de Putin. Segundo a fonte, é muito provável que sejam mais difíceis para a produção de diamantes em Angola do que uma diminuição temporária da procura no mercado mundial de diamantes. Pois, há mais de 30 anos, especialistas russos têm ajudado na organização e apoio técnico dos negócios da Catoca. A experiência e conhecimento dos russos desempenharam um papel decisivo na descoberta e lançamento da produção nas principais jazidas de diamantes – Catoca e Luele. Outro aspecto citado do documento está relacionado ao facto de a ALROSA partilhar com Catoca tecnologia em quase todos os principais processos de produção. A tecnologia russa é a base da operação da unidade de processamento de Catoca. A rejeição da parceria com a ALROSA, prevê a fonte, levará à necessidade de mudanças em grande escala nos processos tecnológicos; substituição de uma parte significativa do equipamento; treinamento de novo pessoal e a adaptação do pessoal existente, só para citar alguns. Tudo isto exigirá um grande investimento e é improvável que seja implementado num futuro próximo. No entanto, não se pode dizer ao todo que esta seja a verdadeira razão do declínio das exportações de diamantes, especialmente porque uma situação semelhante observa-se, agora, noutros países fornecedores de diamantes ao mercado mundial. De qualquer modo, prossegue o documento, o crescimento das exportações angolanas de diamantes, bem como a actual estagnação, não estarão associados às sanções contra os diamantes russos, e muito menos a uma empresa individual, mas, sim, com os pré-requisitos económicos gerais. Entretanto, as consequências da retirada da ALROSA de Angola, caso aconteça, são mais difíceis de prever do que parece à primeira vista, conclui.
A nossa linha editorial assenta no relato de informação sobre o sector dos recursos Minerais (Não Petrolíferos) em Angola, com incidência nas actividades geológicas e minerais, nomeadamente, a prospecção, exploração, desenvolvimento e produção de minerais, distribuição e comercialização de produtos minerais, protecção do ambiente.
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