Embora a proibição do G7 sobre os diamantes russos não incida sobre as pequenas pedras brutas, que é a área de especialização de Surat, cerca de 70% das empresas de polimento de diamantes em Surat lidam com pequenos diamantes. As importações da Alrosa constituem 30 por cento dos fornecimentos de pedra em bruto.

Segundo o presidente regional do Conselho de Promoção da Exportação de Gemas e Joias (GJEPC), a Alrosa era um dos principais fornecedores de diamantes brutos de baixa qualidade, que são mais baratos, de baixo volume e em grande quantidade. Sem a Alrosa, segundo Vijay Mangukiya, citado pela Rough & Polished, o fornecimento de diamantes brutos será complementado por outros operadores, mas será, no mínimo, 10 a 15% mais caro. Isto significa que, as empresas de lapidação de pequena e média escala terão de reduzir a quantidade de diamantes brutos, forçando a redução da mão de obra.

Após alguns ajustamentos na estratégia de aquisição, os resultados das empresas de importação e de polimento e mesmo dos comerciantes poderão não ser afectados. No entanto, os artesãos sofrerão um duro golpe, com uma redução de 30 a 35% da mão de obra nos próximos meses. A indústria de diamantes da Índia, com sede em Surat e espalhada por Mumbai, Saurashtra, Ahmedabad e Rajasthan, emprega cerca de 800.000 lapidadores.

A Rough & Polished descreve o cenário como sombrio. A GJEPC está ciente disso. A decisão preocupa o comércio indiano de gemas e joias. O conselho tentou dialogar com o G7 sobre as sanções e a sua aplicação, mas parece que não houve sucesso.

“Reconhecendo a diversidade do nosso sector, consideramos que estes prazos deveriam ser mais flexíveis. O GJEPC defenderá firmemente que, ao regulamentar as sanções, os interesses das PME e das unidades diamantíferas marginais devem ser tidos em conta, reconhecendo a sua contribuição activa para esta indústria e os milhões de meios de subsistência que dela dependem", avançou o responsável à mesma fonte.