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PÓLO DIAMANTÍFERO ALAVANCA MERCADO DE EMPREGO NA LUNDA SUL

Saurimo – Com a aposta no recrutamento local, o Pólo de Desenvolvimento Diamantífero de Saurimo, província da Lunda Sul, já formou, desde Agosto de 2021, 150 jovens na área de lapidação, com vista ao desenvolvimento sustentável e ao alavancar do mercado de trabalho.

Após a formação, que durou nove meses, os jovens foram enquadrados, beneficiando, assim, do primeiro emprego, no âmbito do projecto de combate à fome e à pobreza. Etelvino Januário, director do Centro de Lapidação, lembra que, após a formação, a maioria dos jovens passou por uma experiência na Índia, para agregar mais valor ao aprendizado e apoiar no processo de desenvolvimento da província, em particular, e do país, em geral. Acredita que a infra-estrutura possa reduzir o garimpo, já que é uma resposta ao desemprego. “O aprendizado é feito em seis passos de lapidação, nomeadamente scanner (glass), laiser (corte), brutting (formato), polimento, controlo da qualidade e identificação de falhas, com turmas de 50 alunos cada, em dois turnos, e varia de quatro a seis meses, sendo exigido aos candidatos a 8.ª à 10.ª classe”, conta o director. Centro de Formação da Endiama Ainda no Pólo Diamantífero de Saurimo, encontra-se outro centro de formação, pertencente à Endiama, com 33 formadores disponíveis, todos nacionais, entre funcionários da Catoca e do Instituto Politécnico da Lunda Sul. O primeiro ciclo de formação profissional do centro já foi oficialmente aberto, recorda o director Leão Chimy. “Para a primeira fase, estão inscritos 80 jovens que participam de uma formação de nove meses, tendo sido projectados quatro cursos, designadamente de prospecção mineira, exploração mineira, tipografia e electromecânica”, revela. A direcção do centro prevê realizar formações anuais, para atender à comunidade, devendo estender-se a outras áreas e cursos, como operação e manutenção, electricidade, mecânica, soldadura e mecânica auto. Os estudantes, seleccionados pelo INEFOP, têm direito a um estágio profissional, mas o emprego só é garantido em função do desempenho de cada candidato e das vagas disponíveis nas respectivas áreas. No âmbito da ajuda à comunidade, prevê-se a atribuição de bolsas de estudo a serem custeadas por empresas interessadas nos formandos. O centro de formação integra um complexo que conta com o apoio de 53 trabalhadores e é constituído por cinco edifícios, 11 salas para aulas teóricas e oito para práticas, com 80 lugares cada, além do alojamento que compreende um auditório, um refeitório, duas quadras polidesportivas e um balneário de apoio. Processo de lapidação O Pólo Diamantífero, que congrega uma série de empresas relacionadas com a economia mineira, com foco na cadeia de valor dos diamantes, tem capacidade para 26 fábricas, mas conta, inicialmente, com três unidades, nomeadamente Capogem, KGK e Stardiam. Em contrapartida, apenas as duas primeiras estão em funcionamento. Estas duas unidades fabris empregam 500 trabalhadores, entre os recém- formados e outros de recrutamento local. A tendência de empregabilidade é atingir seis mil empregos, constituindo-se numa almofada no combate ao desemprego. A fábrica KGK, uma de entre as duas funcionais no complexo, emprega 194 trabalhadores, dos quais 45 expatriados, e possui uma capacidade de lapidação de 12 mil quilates de diamantes por mês, enquanto a “KapuGems”, cinco mil/mês. Para o director financeiro do Pólo Diamantífero, Sunil Katariya, o trabalho na KGK decorre a bom ritmo, mas não revela qualquer dado referente ao processo de vendas ou de produção, e aponta, porém, como principal dificuldade a adaptação ao cumprimento obrigatório das tradições do povo lunda. Questões relativas às autoridades locais e aos “trâmites legais da empresa são diferentes de outros países onde operamos”, refere. Entretanto, Bruno Castro, um dos funcionários, aproveita a oportunidade para demonstrar o seu descontentamento em relação aos salários que auferem. Considera que não se coadunam com o trabalho que exercem, apelando a quem de direito para reforçar os mecanismos de fiscalização sobre as empresas estrangeiras que operam em Angola. No mesmo diapasão, alinha Flora Marcos, que lamenta a falta de transporte, assim como de valorização dos funcionários nacionais. A criação do Pólo Diamantífero de Saurimo vai permitir desenvolver a Bolsa de Diamantes em Angola, aumentar a produção, reduzir o garimpo e elevar a capacidade de lapidação.

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A nossa linha editorial assenta no relato de informação sobre o sector dos recursos Minerais (Não Petrolíferos) em Angola, com incidência nas actividades geológicas e minerais, nomeadamente, a prospecção, exploração, desenvolvimento e produção de minerais, distribuição e comercialização de produtos minerais, protecção do ambiente.

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