Outros problemas associados a essas preocupações são a fraca absorção da mão-de-obra e a melhoria das condições de trabalho. Os mais de 70 dias de trabalho na mina faz com que muitas engenheiras tenham dificuldades em formar famílias. No país, a  Associação Angolana das Mulheres de Geociência tem procurado consciencializar as empresas para a mudança de paradigma.

As preocupações foram levantadas durante a 10.ª Conferência Internacional da Associação Africana de Mulheres em Geociências, que decorre desde quarta-feira (26) no Hotel Diamante, em Luanda, e conta com participações de 20 países africanos.

Nos dois primeiros dias de debate, as mulheres foram desafiadas a adoptar uma perspectiva diferente de actuação técnica, económica e social nas áreas de minas, através da partilha de informações e cooperação entre as geocientistas nos níveis local, regional e internacional, dentro das instituições públicas e privadas.

O certame termina amanhã com uma visita à mina de Catoca, na Lunda Sul, e está a ser marcado com acesas discussões sobre a “Ciência da Terra e o Desenvolvimento Sustentável”. É organizado pela Associação Angolana das Mulheres de Geociência, com o apoio do Governo e espera reunir, durante os quatro dias, mais de 2 mil participantes.

Esta é a primeira vez que o país acolhe o evento bianual. O que se pretende é contribuir para a melhoria da “inclusão científica e social das mulheres, atraindo-as para as carreiras nas geociências, de modo a se concretizar os programas globais como a "Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável"; o "Acordo de Paris sobre Mudança Climática"; e a "Agenda 2063 – A África Que Queremos", entre outros.