Já houve, no passado, algumas tentativas de legislação sobre o retorno dos diamantes africanos contrabandeados. Até final de 2022, um terço dos diamantes extraídos de África ia para o negócio ilícito. Muitas dessas pedras, depois chegavam aos principais centros de comercialização de diamantes do mundo, tornando-as, assim, 'limpas'. Em termos de quantidades descobertas os diamantes angolanos apresentam maior frequência de contrabando em África. No entanto, há também um número considerável vindo da Serra Leoa, República Centro-Africana, República Democrática do Congo e Zimbabué. Até o ano passado, um terço dos diamantes produzidos em África era desviado para o contrabando, apontam dados do Conselho Africano de Diamantes (CAD). Deste número, 24% a 28% circulava em fluxos financeiros ilícitos. Realisticamente falando, soube o Minas de Angola junto desta organização, as possibilidades de os diamantes africanos contrabandeados serem devolvidos aos países de origem “são praticamente nulas neste momento”. O ADC tem trabalhado para mudar essa perspectiva, fornecendo soluções que sejam satisfatórias para as partes envolvidas. Pensando num possível retorno, a primeira pedra a regressar à origem seria 'Cullinan I' ou 'Grande Estrela da África', um diamante sul-africano que integra o conjunto das “Joias da Coroa Britânica” e exposto na Torre de Londres, no Reino Unido. Cullinan I tem a fama de ser o maior diamante bruto de qualidade de gema já encontrado. Pesa 3.106 quilates e foi descoberto na África do Sul (ainda sobre o domínio britânico) a 26 de Janeiro de 1905, na mina Premier. No meio de toda essa narrativa de contrabando, o curioso é que, estando em centros de comercialização, o mesmo diamante, o contrabandeado, no caso, recebe outra identidade de origem e um Certificado de Kimberley, de forma a poder ser distribuído para outros mercados internacionais. Outro dado curioso é que, entre o momento que o diamante sai ilegalmente de um país para a um dos centros de comercialização do mundo, o seu valor pode ser quatro vezes mais.
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A nossa linha editorial assenta no relato de informação sobre o sector dos recursos Minerais (Não Petrolíferos) em Angola, com incidência nas actividades geológicas e minerais, nomeadamente, a prospecção, exploração, desenvolvimento e produção de minerais, distribuição e comercialização de produtos minerais, protecção do ambiente.
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