ENGENHEIROS DEFENDEM QUE INVÉS DE ESPERAR FINANCIAMENTO DIAMANTÍFERAS EM ANGOLA DEVIAM USAR LUCROS PARA EXPLORAR MINERAIS CRÍTICOS

As diamantíferas em Angola deviam estar na linha da frente na prospecção e exploração de minerais críticos de transição energética, defenderam esta quarta-feira , em Luanda, membros da ordem dos Engenheiros de Angola.

Hoje, a busca pelo financiamento tornou-se a “vara mágica” para projectos de prospecção ou exploração de minerais críticos. Ao invés disso, os sócios deviam usar seus dividendos para financiar a prospecção ou exploração do lítio, cobalto ou manganês, que, segundo especialistas, são economicamente mais proveitosos do que o diamante.

Ao intervir num dos painéis do 2.º Fórum de Negócio, que entre os dias 30 e 31 de Maio, reuniu no Hotel Diamante, mais de mil pessoas, entre empresários, mineiros, engenheiros e estudantes finalistas do curso de Engenharia, José Sumbula falou sobre o aproveitamento económico das energias renováveis, destacando que, há mais lucros operar numa mina de lítio, por exemplo, do que ter uma mina de diamante, devido ao preço da pedra preciosa.

De acordo com o engenheiro, a quotação do lítio no mercado é vezes mais que o diamante, cujo preço depende muito da sua qualidade; o controlo e a classificação da pedra também são bastante diferentes dos produtos cuja venda é feita em tonelada.

Desde 2021, os preços do lítio aumentaram dez vezes, para 75 mil dólares norte-americanos. A escassez originou a corrida das montadoras para garantir o fornecimento da commodity que, junto com o cobalto e o níquel, é vital para a produção de veículos eléctricos.

Os engenheiros Eduardo Ernesto e Pedro Morais concordam, por isso, que os governos devem desenvolver projectos que acompanhem a dinâmica da pretensa matriz energética e que ajudem rapidamente no processo de descarbonização.

Acontece, porém, que, critica o engenheiro José Sumbula, os lucros das minas têm sido devolvidos aos accionistas, e isso poderá comprometer as metas estabelecidas para o sector, por causa do baixo investimento no segmento das energias limpas.