A indústria de diamantes naturais enfrenta vários desafios à luz da crescente popularidade e avanços dos diamantes cultivados em laboratório. O custo é a grande "dor de cabeça". Um diamante cultivado em laboratório chega a estar substancialmente até 70% mais barato do diamante natural. E isso tem influenciado o comportamento do consumidor. Especialistas acusam a produção de diamantes cultivados de "aniquilar" a indústria de diamantes naturais. A maioria dos consumidores hoje prefere avaliar a disparidade do preço entre os dois produtos e, caso o motivo da compra não seja sentimental, ou com qualquer intenção de investimento, tende a optar pelo cultivado em laboratório, entende a gemologista angolana e consultora dos Emirados Árabes Unidos Juranda Bernardo. Só para se ter uma ideia, um diamante natural de 1 quilate com classificação de claridade SI1 pode custar US$ 6.100, enquanto um diamante cultivado em laboratório com a mesma classificação custaria cerca de US$ 2.300. Além disso, é possível comprar um diamante de laboratório de 2 quilates pelo mesmo preço de um diamante natural de 1 quilate. Contudo, os diamantes de laboratório têm pouquíssimo valor de revenda, porque uma vez que a pedra é identificada como sendo cultivada em laboratório, mesmo que se pague muito por ela, dificilmente renderá este valor. Yoram Dvash, presidente da Federação Mundial De Bolsas De Diamantes “WFDB", e M'zée Fula-Ngenge, do Conselho Africano dos Diamantes, alertam ser imperioso o fortalecimento da indústria dos diamantes naturais, principalmente nos países africanos. A Federação Mundial De Bolsas De Diamantes “WFDB" estabeleceu, para isso, uma parceria com o Conselho de Diamantes Naturais, a fim de fortificar a indústria dos diamantes naturais, que, de algum tempo a essa parte, vem sendo ameaçada pelo excesso de produção de diamantes cultivados em laboratório. A exploração de diamantes naturais em África garante empregos para dezenas de milhares de trabalhadores e um rendimento estável para os países produtores. Para alguns consumidores, os LGDs são uma alternativa que, além de serem mais barata, oferecem o bling de diamantes, o que acaba por ser um grande desafio para a economia de muitos países africanos. No que diz respeito a esse ponto particular, M'zée Fula-Ngenge pensa, por exemplo, que, a produção avançada de diamantes não naturais, cultivados em laboratório, sintéticos ou artificiais, cria um pouco de precariedade. Mas, ressalva, embora estejam a ser promovidos agressivamente, a maior parte da atracção que esses diamantes está dentro das fronteiras dos Estados Unidos. Para o especialista, há uma necessidade imperiosa para se fortalecer os centros regionais de comércio da indústria. Cada núcleo de comércio de diamantes, como Gaborone e Luanda, precisa estar conectado de forma segura e seus níveis de cooperação, posicionamento global precisam ser indestrutíveis e usados como exemplo para outros membros da ADC. A inatividade pode ser bastante devastadora para a indústria africana de diamantes e esta é outra área em que os países produtores de diamantes precisam testemunhar melhorias drásticas. No meio disso tudo, confortante é saber que, nos últimos anos, os níveis de estoque em todo o pipeline de diamantes aumentaram de forma impressionante, as vendas de diamantes permaneceram resilientes e a demanda geral por diamantes naturais do Continente Berço continua a crescer a uma taxa que mantém os países africanos produtores de diamantes optimistas.
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A nossa linha editorial assenta no relato de informação sobre o sector dos recursos Minerais (Não Petrolíferos) em Angola, com incidência nas actividades geológicas e minerais, nomeadamente, a prospecção, exploração, desenvolvimento e produção de minerais, distribuição e comercialização de produtos minerais, protecção do ambiente.
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